Despertei.
Não porque queria despertar, na verdade. O sol nem me acompanhava; ainda
dormia, o danado. Mas eu estava lá, de olhos abertos. Ouvidos abertos. Ouvido. Era
o despertador. Tinin! Tinin! Tinin! E ainda chamam os humanos de inteligentes...
acordar assim, não dá! Antes na boca de leões.
Mas não
tinha leão no meu quarto. Havia uma boca, a minha, que bocejou tão
graciosamente quanto um elefante tomando água. Já viram? É um horror.
Cinco e
meia. Deveria estar no trabalho às sete. Trabalho duro. Contas e tal. Duro. E nem
podia dormir nele.
Pensei cinco
longas vezes antes de pôr minhas rotundas mãos fora do edredom.
Duro. Tinin!
Tinin! Tinin!
Desliguei
o despertador. O silêncio baforava um aroma de paz no meio do meu rosto e me
enchia inteiro de um sono agudo. Eu tinha que me levantar, comer pão, fazer a
barba, porém meu corpo não obedecia essa parte do meu gênio.
Continuei
deitado. Agora na posição do Cristo Redentor. A melhor de todas. Mais cinco
minutinhos não vão matar ninguém.
Palmas, cazuzita!
ResponderExcluirInté!