O SINISTRO RINOCERONTE
era uma vez como sempre há de ser um dia
já querendo estragar a surpresa
que mesmo eu conto sem defesa
o quanto sozinho ele sofria
largado ao rumo dos ventos e destino
por mais que fosse o maior desagradável
por si somente tinha de ser responsável
não tinha alma e nem vivacidade de menino
sentia-se estranho sendo único dono
por mais que chorasse, não encontrava ninguém
posto sempre se via como refém
de inescrupuloso abandono
'quem poderia ter feito isso comigo?'
falava, berrava, se perguntava o por quê
ouvia histórias assim, parecidas, só na TV
e de longe encontrou um amigo
era amigo das indas e vindas
de qualquer um que quisesse crescer
adentrando mundo novo que quis acolher
sentia amor por suas palavras lindas
o amigo: um livro de poemas
daqueles que inspiram os de virtude
a esmo não estava mais, sim em plenitude
sonhando, o dom acabava com seus problemas.